Tf

2 Maquiavel e a Revolução dos Bichos Filósofo italiano que escreve entre os séculos XV e XVI, Maquiavel possui como sua principal obra o escrito intitulado O Príncipe, um manual que ensina como deve o príncipe manter a ordem. É comum lembrar-se de Maquiavel por conta dos termos a ele atribuídos: Maquiavélico e Maquiavelismo. Termos associados a: traiçoeiro, esperteza (astucioso), velhaco. Nesse sentido, ‘maquiavelismo’ associa-se ao ódio e serve a todos que se põem em disputa, fazendo parte da política, do discurso privado, do cotidiano das corporações. O ‘maquiavelismo’ se liga à imoralidade, o jogo sujo e sem escrúpulos, algo que não poderia deixar de ser quando se ressalta a afirmação cabal de Maquiavel, em sua obra: “Os fins justificam os meios”. Expressão esta que afirma a posição do governante que deve lançar mão de todos os meios possíveis para manter a ordem, para manter suas promessas, sendo bom e mau ao mesmo tempo, sem que o povo perceba suas atitudes. Maquiavel, dentro de seu discurso político, pode ser visto por duas perspectivas: 1) Conselhos ao Príncipe: meios de comandar o Estado e não perder o Poder; 2) Conselhos ao Povo: alerta o povo acerca da Tirania do Estado. Com isso, Maquiavel se enquadra na perspectiva de interpretação que queremos engendrar com a obra Revolução dos Bichos, uma vez que ao tomar o poder, os porcos da Granja do Solar fazem de tudo para se manter no poder, alterando os Mandamentos firmados na posse do comando da Granja, declinando e corrompendo os princípios do Sistema Animalismo, mostrando aos outros animais, por meio da retórica, que as mudanças são necessárias. As alterações realizadas nos Mandamentos eram feitas “às escuras” em momentos cruciais da manutenção do poder, quando os 7 Mandamentos escritos na parede do Celeiro eram apagados e/ou modificados de acordo com a necessidade de manutenção da ordem. Como poucos animais sabiam ler, ficava difícil organizar um ‘motim’ para a derrubada do poder do Porco Napoleão. A