textos preparatórios
Vamos em frente, portanto. Sem, contudo, desviar a atenção do retrovisor - que é para a memória servir de obstáculo a que a História um dia volte a fazer uma falseta.
Hoje estamos razoavelmente imunes a riscos desse tipo. O tranco foi forte demais. O recurso a golpes caiu em desuso. Se ainda frequentam alguns discursos para intimidar adversários políticos, é justamente porque a democracia brasileira ainda está cheia de defeitos praticamente às vésperas de completar 30 anos do início de sua reconstrução.
Paralelamente às análises sobre os acontecimentos que levaram à derrubada do governo de João Goulart e posteriormente a um regime de opressão e perseguição, daqui em diante teremos de nos dedicar ao exame da trajetória do Brasil de 1985 para cá.
O mais longo período ininterrupto de democracia durante o qual o País avançou. Não tanto quanto poderia ou deveria, mas avançou em diversos aspectos, isso levando em conta governo e sociedade. Na política, porém, ficou parado no tempo do onça.
O Brasil é politicamente "démodé". Não inova, recorre aos mesmos métodos há décadas e deles não desgruda por mais que o esgotamento seja uma evidência. É quase como se o País tivesse reconquistado a democracia mas não soubesse direito o que fazer com ela.
Há o comportamento errático dos políticos. Mas, eles não seriam um reflexo do comportamento da sociedade? Os eleitores mais informados gostam de se mostrar indiferentes, acima dos políticos, a quem se referem como "essa gente de Brasília". Gente esta que, quanto mais deixada de lado for, mais livre fica para agir como bem entender.
Os menos assistidos ainda olham aos políticos como fontes de benefícios e com eles estabelecem uma relação de