TextoArdeParis_20150923061716
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o AR DE PARISo ar continua sendo um bem livre, embora a irresponsabilidade humana e a criatividade capitalista sejam capazes de dotá-Io de conteúdo econômico. Um exemplo de irresponsabilidade é a poluição generalizada do ar nas grandes cidades, o que faz dele um bem econômico, visto que para poder respirá-Io, sem restrições, se toma necessário um investimento individual, uma máscara ou algo semelhante, ou um investimento público, na forma de recursos para limpar e preservar a atmosfera.
Um bem livre também pode se transformar em um bem econô-
o
capitalismo entra avassalador nos últimos redutos da ciência e está destruindo a clássica distinção entre os bens livres e os bens econômicos. A Ciência Econômica diz que os bens livres, como a água e o ar, são abundantes na natureza e, como tal, não se prestam à negociação econômica. Os bens econômicos, ao contrário, são bens escassos e que demandam trabalho para a sua obtenção, são portanto transacionáveis no mercado.
Ocorre que para o capitalismo moderno, avesso às classificações científicas, todos os bens são econômicos. A água, por exemplo, era tradicionalmente considerada um bem livre, pois existia em grande quantidade e era disponível. Pois bem, a criatividade capitalista buscou diferenciar a água para torná-Ia um bem econômico e daí surgiu a água mineral. A Perrier - os franceses são mestres em dar valor a coisas inúteis - veio logo depois a um preço exorbitante, naturalmente. Mas nem mesmo a água pode ser considerada um bem livre, pois cada vez mais sua obtenção e distribuição exigem trabalho. Além disso, os futurológos sugerem que, a persistir o nível de poluição dos mananciais hídricos, em 2030 ou algo assim, a posse da água será sinônimo de riqueza e sua importância será semelhante à do petróleo nos dias atuais.
mico através da criação artística e da criatividade capitalista, e o exemplo vem novamente da França. Certa vez, andando pelos arredores de Montmartre, entrei numa casa que vendia bugigangas
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