Texto
Túlio Cesar Costa Leite1
Introdução
As igrejas protestantes organizam-se de acordo com 3 formas básicas de governo: 1º) O governo congregacional, que pressupõe direitos e deveres iguais para todos os membros e autonomia para a igreja local. A assembléia da igreja é o poder máximo e não se sujeita a nenhuma outra instância; 2º) O governo presbiteriano, no qual um grupo de presbíteros eleitos forma um conselho que governa a igreja local por tempo determinado. As igrejas presbiterianas agrupam-se em presbitérios, sínodos e supremo concílio, numa estrutura hierarquizada onde cada instância (ou concílio) tem poderes sobre a inferior; 3º) O governo episcopal, onde os bispos têm autoridade sobre uma determinada região. Há vários tipos de governo episcopal: o bispo pode ser eleito por tempo indeterminado ou determinado; pode ter mais ou menos poderes (como por exemplo, transferir os pastores das igrejas da sua região com ou sem o aval das igrejas locais). Às vezes pode governar sozinho, outras, auxiliado por um grupo. Pode-se acrescentar a estes o “governo monárquico”, onde um líder carismático se proclama como “o ungido de Deus”, muitas vezes alegando que recebeu uma “revelação” divina e detém o poder normalmente de forma incontestável e vitalícia. Igrejas assim estão largamente afastadas dos princípios da Reforma e não creio que devam ser chamadas de protestantes. Aristóteles2 ao teorizar sobre as formas de governo citou 3: monárquico (governo de um só, vitalício; de monos, um), aristocrático (governo de uma elite; de aristos, melhor + krateo, dono, governador) e democrático (governo escolhido pela maioria) e alertou para o fato de que todos podem se deturpar: a monarquia pode se transformar em tirania; a aristocracia em oligarquia e auto-perpetuação e a democracia, em demagogia. Também as igrejas podem se desviar das formas de governo que teoricamente adotam: • Uma igreja batista pode transferir grande parte da autoridade da