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Outro fator de expansão territorial ao longo do século XVII foi a organização de expedições chamadas entradas e bandeiras, cujo objetivo era riquezas minerais e índios para escravizar. A diferença entre elas é que, em geral, as entradas eram patrocinadas pela Coroa portuguesa, interessada em descobrir jazidas de ouro e prata. Já as bandeiras eram organizadas e financiadas por particulares.
Logo depois da chegada dos portugueses ao Brasil, organizaram-se as primeiras entradas que objetivavam, principalmente, conhecer a região e descobrir seu potencial econômico. Em 1504, o cartógrafo Américo Vespúcio chefiou uma expedição e, a seguir, Martim Afonso de Souza patrocinou outras duas, que percorreram o sertão da Bahia e Minas Gerais.
São Vicente, desde cedo, aparece como centro irradiador das bandeiras, muito mais frequentes no Brasil colonial que as entradas. A Capitania de São Vicente foi bem sucedida na produção de açúcar, mas não apresentou condições de concorrer com a região Nordeste, detentora de clima e solo propícios ao cultivo da cana, além de localizar-se mais próxima da Metrópole. A economia da Capitania entrou em rápido declínio e seus habitantes empobreceram consideravelmente. Não lhes restava alternativa senão entrar no mato em busca de riquezas e de índios para serem vendidos como escravos. Ou seja, em São Paulo organizaram-se dezenas de expedições bandeirantes, menos em função do espírito aventureiro e destemido dos paulistas, e mais em razão das necessidades econômicas da Capitania.
As fases da atividade bandeirante, no Brasil seiscentista, foram:
- ciclo do ouro de lavagem: a busca de metais preciosos, tão comuns em terras da América espanhola, motivou uma série de bandeiras. Seus participantes dedicavam-se a extrair o ouro que se achava depositado no leito dos rios. Os bandeirantes, nessa época, afastaram-se bastante da zona litorânea, descobrindo ouro de aluvião em Curitiba e São Roque. Algumas vilas e