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Conhecer a trinca dom-talento-vocação é um fator importante para a realização pessoal. E, para que se entenda a diferença entre esses três itens, a obra do cineasta polonês Krzysztof Kieslowski pode ser relacionada: ele diz que que o dom é branco, o talento é vermelho e a vocação é azul, porque essa trilogia de cores formaria o pequeno arco-íris de nosso destino.
O dom é branco, espiritual, porque é um presente de Deus ou, se soar melhor para você, da Natureza. O talento é vermelho porque depende da força, do suor, da determinação para ser desenvolvida e aprimorada. A vocação é azul porque representa um chamado, algo que vem do horizonte; da vida.
Dom vem do latim donu, presente, dádiva. E algumas pessoas nascem com algo especial, que lhes permite realizar bem alguma coisa, com extrema facilidade. Mas se engana você ao pensar que somente os gênios possuem essa dádiva.
Já talento é outra coisa, parecida na essência, mas diferente na origem. O talento pode ser desenvolvido com treino, disciplina e obstinação. Há quem tenha dom, mas não talento. Vale lembrar que não adianta a inspiração sem a transpiração, que significa a disciplina para desenvolver seu potencial.
E, quanto à vocação, esse substantivo feminino também tem origem latina e significa o ato de chamar. Quem segue sua vocação obedece a um chamado. Esse chamado pode ser ouvido como o prazer e a felicidade em realizar determinadas tarefas. Quando fazemos algo que nos dá prazer, e com relativa facilidade, estamos atendendo à nossa vocação.
Só somos verdadeiramente honestos se estivermos fazendo aquilo para o que nascemos. O duro é descobrir o que é, mas há pistas. O psicólogo americano Mark Albion nos dá uma em seu livro Making a Life, Making a Living (algo como: construa sua vida, construa um estilo de viver). A obra é baseada em uma pesquisa conduzida pelo especialista, feita com 1500 jovens que saíam de suas universidades e procuravam suas carreiras.