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2689 palavras 11 páginas
O MARQUÊS DE POMBAL DE KENNETH MAXWELL*

Antonio Cesar de Almeida Santos
Departamento de História/UFPR

O texto de Kenneth Maxwell, Marquês de Pombal; paradoxo do Iluminismo, não foi o primeiro e, certamente, não será o último trabalho enfocando a vida pública de Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), que recebeu o título de conde de Oeiras, em 1759, e ingressou no estrito círculo do marquesado português em 1770; à época, pouco mais de 12 casas nobres ostentavam esse título em Portugal1.
O historiador inglês Kenneth Maxwell, nascido em 1941, é um estudioso de temas ibéricos, em particular da história portuguesa,2 tanto de períodos mais recuados como dos mais recentes, como mostra a publicação de O Império derrotado: revolução e democracia em Portugal (2006). A mesma atenção tem sido dada a temas brasileiros, também com uma ampla baliza temporal, como vemos na coletânea de ensaios Chocolate, piratas e outros malandros (1999). Sua atenção para com o período pombalino, entretanto, surgiu ainda nos anos 1960, quando se dedicou ao estudo do contexto da inconfidência mineira; seu trabalho de pesquisa foi publicado originalmente em 1973 (Conflitcs and conspiracies: Brazil & Portugal, 1750-1808. Cambridge University Press) e, no Brasil, em 1977, sob o título A devassa da devassa: a inconfidência mineira: Brasil e Portugal, 1750-1808.
Em Marquês de Pombal, Kenneth Maxwell retoma algumas questões trabalhadas em A devassa da devassa3, buscando compreender a posição de Carvalho e Melo frente às idéias iluministas.
A chave para compreender Pombal no Portugal do século XVIII reside em parte na coincidência do Iluminismo com a luta de um antigo poder para se tornar hegemônico outra vez, por meio da adoção e da adaptação autoconsciente das técnicas que, segundo acreditavam seus governantes, seus concorrentes haviam utilizado para sobrepujá-los. O papel da reconstrução intelectual é portanto, algo que somos obrigados a levar em conta para compreender Pombal e o

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