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Ainda ontem, antes de dormir, Ronaldo dava o sono dos justos aos brasileiros com dois gols na final da Copa contra a imponente Alemanha. O mundo se emocionava com o dentuço que ganhou o cabo de guerra com o destino, que enganou os desenganados, que desmentiu o impossível. Ainda ontem, o Brasil tinha o Fenômeno, três vezes melhor do planeta, dentro do peso, máquina de fazer gols, mecanismo de desfazer dúvidas; tinha Rivaldo, camisa 10 de dar orgulho, perna torta e passos certeiros; tinha Ronaldinho, menino mágico, focado, com asas nas pernas e vara de condão nas chuteiras; tinha Cafú e Roberto Carlos, lendas da lateral; tinha Lúcio, muralha e coração; tinha Kaká despontando com tudo; tinha tudo nas mãos. Ainda ontem, a Argentina era vítima irrevogável do nosso bullying, o pobre rival que jamais emplacou um jogador como melhor do mundo. Ainda ontem, a Espanha tinha o crachá eterno de