texto
Por Marcus Tavares - Para Revistapontocom
Do ofício de jornalista, surgiu o interesse de aprender e pesquisar mais. Foi então um caminho sem volta. Há 20 anos, a jornalista Stela Guedes Caputo resolveu seguir carreira acadêmica para aprofundar seus estudos sobre religião e escola, mais precisamente sobre terreiros de candomblé, crianças e escolas. Stela resolveu fazer mestrado, doutorado e pós-doutorado. Hoje, ela integra o quadro docente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O estudo virou livro. Educação nos terreiros (Editora Pallas) será lançado no dia 16 deste mês, na livraria do Museu da República, a partir das 18h30. Haverá também um outro lançamento com a autora no dia 21, às 18 horas, na livraria da Uerj.
Em entrevista à revistapontocom, Stela adianta algumas conclusões de seu estudo. Traça uma breve historiografia do Ensino Religioso no Brasil e, em particular, no Rio de Janeiro. Mostra a importância de a sociedade conhecer o tema e se posicionar.
Acompanhe:
revistapontocom – Religião combina com escola pública?
Stela Guedes Caputo - Não e digo porque. Veja: a Constituição brasileira de 1824 estabelecia em seu artigo 5º que a religião católica continuaria sendo a religião do Império. Todas as outras religiões eram permitidas, mas apenas em seus cultos domésticos, nada fora dos templos. Já a atual Constituição, de 1988, não instituiu qualquer religião como oficial do Estado. Além disso, seu artigo 19º diz que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II – recusar fé aos documentos públicos; III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Isso deveria garantir a laicidade do Estado. Ao mesmo tempo, a mesma