texto o guarani
Narrado em terceira pessoa, o romance ambienta-se nas florestas do interior do Rio de Janeiro, às margens do Paquequer, hoje localizada numa região não tão distante da cidade de Campos dos Goitacases. Este ambiente é descrito na linguagem poética e detalhada que é peculiar ao estilo de Alencar. A figura central é a do índio Peri, da tribo dos goitacases, fiel amigo do fidalgo português D. Antônio de Mariz e protetor incansável de sua filha Cecília.
A obra organiza-se em torno de alguns fatos essenciais à compreensão da narrativa: a devoção e fidelidade de Peri à Cecília; o amor não correspondido de Isabel por Álvaro e o amor deste por Cecília; a morte de uma índia aimoré, provocada acidentalmente por D. Diogo; a vingança dos aimorés, tribo antropófaga, que tenciona atacar o forte, fato simultâneo ao motim dos homens de D. Antônio, liderados por Loredano, um ex-frei ambicioso e devasso que pretende saquear a casa e raptar Cecília, a quem ardentemente desejava.
O plano de Loredano, no entanto, é descoberto e ele não consegue levar adiante seu intento sendo julgado e morto na fogueira. Com o ataque dos aimorés, todos se unem à volta de D. Antônio e se preparam para a defesa da casa e da própria vida.
Quando retorna, completamente curado, o índio depara-se com a seguinte situação: Isabel suicidara-se com pó de curare, presente de sua mãe, juntamente com Álvaro, que reconhece seu amor; D. Antônio está prestes a explodir a casa, para não cair nas mãos cruéis dos indígenas enfurecidos. Peri, desesperado com a possível morte de Cecília, propõe um plano para a fuga da família, mas D. Antônio recusa em nome da honra.