Texto e leitura
Determinar o conceito de texto exige a indicação de suas características essenciais, excluindo do núcleo de sua conceituação elementos caracterizadores meramente acidentais, cuja inexistência na produção não lhe furta o status de texto. Quais seriam, portanto, tais elementos essenciais, sem os quais um texto não se faz existente? Ou, em outros termos, quais as características possíveis de qualificar a produção textual, porém dispensáveis a sua conceituação básica?
Primeiramente, rompendo com o condicionamento do senso comum, pode-se afirmar que uma produção será considerada texto independentemente de ser oral ou escrito. Tanto um editorial de revista, quanto o discurso de um político podem consistir num texto, desde que constitua um todo organizado de sentido; esta, sim, característica essencial para que se constitua a produção textual.
Outra característica comumente associada à noção de texto é o uso necessário de linguagem verbal (seja, ela oral ou escrita) em sua constituição. Deve-se registrar, no entanto, que tal qualificadora se faz dispensável à conceituação. Uma gravura, uma tela ou fotografia podem ser tidas como um texto tão quanto uma crítica de filmes ou uma carta pública dirigida às autoridades governamentais. Mais uma vez, o que se exige é a existência de sentido, marcador principal de uma produção que se reveste do status de texto.
Em suma, verifica-se, pois, que a oralidade, escritura, assim como o uso da liguagem verbal são elementos acessórios da definição de texto, não se integrando ao núcleo essencial de sua conceituação. Indispensável para que uma produção seja considerada textual é que consista num todo dotado de sentido, obtido através do uso da coesão, coerência, dentre outros fatores de textualidade.
Parte II
A leitura de um texto implica diversas consequências perquiridas (ou não) pelo leitor. Ler uma produção textual pode assumir caráter meramente instrumental, obtendo-se informações para resolução de um