texto a cruz
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“Um certo moço foi convidado a fazer uma jornada para o paraíso.
Para chegar até o paraíso, ele deveria carregar uma cruz nas costas.
E lhe puseram a cruz nas costas e ele achou um pouco pesada.
Mas tudo bem, dava para carregar.
Disseram para ele: “Você vai por este caminho reto e vai sempre subindo, sempre subindo até o topo.
Nunca deixe a tua cruz no meio do caminho.
Vai até o fim, carregando a tua cruz.” Ele começou.
A princípio, a cruz não incomodava.
Mas conforme ele foi andando, o ombro começou a doer e ele foi trocando a cruz, ora para o lado direito, ora para o lado esquerdo.
O ombro estava machucando e ele foi carregando, carregando.
Parava um pouquinho e pensava: “Puxa, até quando eu vou ter que carregar esta cruz? Será que falta muito para chegar?” E ele olhava no topo e o topo parecia muito distante.
Então, ele teve a ideia de cortar um pedaço da cruz.
Porque ele dizia: “Esta cruz é grande demais.
Esta cruz não precisa ser desse tamanho.” Então, ele foi à ponta da cruz e cortou, mais ou menos, meio metro.
Colocou novamente a cruz sobre os ombros e ela pareceu mais leve.
E ele falou: “Agora dá pra carregar.”
Ele continuou subindo por aquele caminho.
Deveria chegar até o topo.
Depois de andar alguns quilômetros, a cruz lhe pareceu excessivamente pesada.
Ele disse: “Eu estou com as pernas doendo, os pés inchados e esta cruz é muito pesada.
Se eu cortar mais um pedaço dela, vai ficar mais fácil pra eu carregar.” Então ele cortou mais um pedaço da cruz, colocou nos ombros e novamente foi carregando.
E assim foi.
Ele notou que como a sua cruz havia se tornado mais leve, ele andava mais depressa do que as outras pessoas que também estavam carregando as suas cruzes, porém, intactas.
Ninguém havia cortado a cruz.
Somente ele. Ele se sentiu muito esperto e inteligente.
Ele sorria de satisfação consigo mesmo dizendo: “Eu vou ser o primeiro a chegar.” Mas andando alguns quilômetros acima, o corpo todo dolorido,