Texto narrativo
A oxidação química de compostos orgânicos é a parcial ou completa conversão destes compostos em dióxido de carbono e água sem a presença de microrganismos. No caso de uma oxidação parcial, os compostos originais podem ser parcialmente oxidados a substancias mais biodegradáveis como álcool, aldeídos, cetonas e ácidos carboxilicos. Os oxidantes mais comuns incluem ozono, cloro, dióxido de cloro, peróxido, ar, água supercrítica e permanganato de potássio. Atualmente existem também combinações destes oxidantes com luz UV.
A oxidação química pode ser utilizada como tratamento único ou como pré tratamento, aumentando a biodegradabilidade ou toxicidade de certos afluentes, sendo estes então reencaminhados para outros tratamentos, como tratamento biológico, por exemplo.
Os processos de aplicação de peróxido de hidrogênio dividem-se em três categorias distintas:
• Aplicações simples, com injeção direta de peróxido;
• Processos avançados de oxidação, com a formação de radicais hidróxilo sem a presença de catalisadores metálicos (por exemplo, com utilização de ozono ou luz UV)
• Catalíticas, onde se enquadra o Reagente de Fenton, e que compreendem o recurso a um catalisador metálico.
Há mais de um século, HJ.H. Fenton descobriu que usando um catalisador de ferro e peróxido de hidrogênio muitas moléculas orgânicas poderiam ser facilmente oxidadas, em equipamento simples a pressão e temperatura normais.
Investigações posteriores levaram à descoberta do mecanismo de reação presente. O poder oxidativo do reagente de Fenton provém da divisão de H2O2 em OH- e radicais OH˙ (cuja reatividade é apenas ultrapassada pela Fluorina), em meio ácido, sendo o passo chave do processo a formação destes radicais.
Foram teorizadas um conjunto de reações que levam à formação de radicais hidróxilo e recuperação do ferro:
Fe2+ + H2O2 --> Fe3+ + OH- + ·OH (1.1)
Esta reação deve ocorrer a pH entre 2 a 6, de modo a que o Fe (III) fique em