Texto injuntivo
Contudo, em alguns textos, as sequências que realizam esse tipo textual podem sofrer alterações, assumindo outra forma, como, por exemplo, quando o imperativo é substituído por um modalizador, como “deve” ou quando se utilizam formas verbais no infinitivo. Independentemente disso, é possível reconhecer que um texto é predominantemente planificado por sequência injuntiva ao se admitir que ele incita o cumprimento escrupuloso de diferentes etapas, cronologicamente ordenadas, de execução de uma ação.
Segundo Jean Paul Bronckart[1], as sequências injuntivas “são sustentadas por um objetivo próprio ou autônomo: o agente produtor visa a fazer agir o destinatário de um certo modo ou em uma determinada direção” (1999, p. 237). Logo, constata-se que a escolha desse tipo de sequência se dá em virtude de uma intenção, por parte do autor, de possibilitar ao interlocutor a oportunidade de adquirir um determinado conhecimento sobre como executar uma dada tarefa.
Assim, a produção de um texto de cunho injuntivo parte de um pressuposto do autor: que o seu interlocutor quer (ou, pelo menos, aceita e está apto para) realizar uma determinada ação. Caberá, então, ao autor do texto, que deverá deter o conhecimento necessário para isso, ensinar/orientar o seu interlocutor sobre como deve realizar a ação pretendida.
Desse modo, tendo em vista o objetivo principal a ser alcançado, o autor apresenta uma série de comandos, que constituem um plano de ação, visando atingir tal objetivo. Gramaticalmente, algumas marcas dos textos injuntivos são: verbos no imperativo; formas verbais que indicam ordem, orientação, pedido, como dever + infinitivo, ter que/de + infinitivo, gerúndio,