Texto energia
Frei Gilvander Luís Moreira De 1 a 5 de abril de 2006 aconteceu o 1o Encontro dos Movimentos Sociais Mineiros, na Praça da Assembléia Legislativa – ALMG – em Belo Horizonte/MG, com o objetivo primordial de casar a luta dos movimentos sociais do campo e da cidade, na luta contra as políticas neoliberais, em defesa das águas e da terra, pela reforma agrária, pelos direitos dos Atingidos por Barragens e contra altas tarifas da CEMIG - Companhia de Energia de Minas Gerais. Desde então, os Movimentos Sociais estão denunciando o modelo energético em Minas Gerais, questionando a política da CEMIG e do Governo do Estado que está utilizando a produção de energia elétrica como meio de financiamento das grandes empresas estrangeiras como a ALCAN, Vale do Rio Doce, VELES etc. Através de uma pesquisa realizada nas contas da CEMIG verificou-se que enquanto as famílias pagam até R$600,00 o megawatt (1000 Kw) de energia, as empresas pagam menos de R$ 126,00. Ou seja, as famílias pagam seis vezes mais que as empresas. Enquanto o ICMs pago pelas famílias em MG é de 30% (o mais caro do Brasil), o das empresas consumidoras é de 18%. Além do ICMs as famílias pagam também PASEP, COFINS e taxa de iluminação pública, o que resulta em 36,68% de imposto sobre o preço da energia. Enquanto as famílias consomem apenas 16,9% da energia vendida pela CEMIG em MG, as empresas consomem até 58%; enquanto o total pago pelas famílias chega a 36%, o total pago pelas empresas soma à receita da CEMIG 32,87%; enquanto a inflação de 1997 a 2005 foi de 82,08%, a tarifa de energia subiu 246,61%. O lucro de 2 bilhões da CEMIG em 2005 foi, em grande parte, sugado do povo pobre. Todos os dias muitas pessoas recorrem às igrejas, aos sindicatos e à pessoas, pedindo, pelo amor de Deus, dinheiro para pagar a conta de energia, pois após duas contas sem pagamento, a energia é cortada. Milhares de famílias hoje deixam de comer para pagar conta de luz, com medo