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Tomando a imagem da fotografia como texto e atentando-se ao seu conteúdo, nota-se que o conflito que rege a história subjacente orienta-se pela tensão estabelecida entre dois pólos: /vida/ vs. /morte/.
Todo agenciamento formal que se faz das unidades constitutivas da imagem levam a apreender essa estrutura semântica elementar que sustenta o discurso. Todavia, o importante no nível profundo não é definir uma relação fundamental entre termos de base, mas sim estabelecer uma rede fundamental de relações, uma vez que é a partir de tais relações que surge o sentido de um texto.
Essa rede fundamental é formalizada na teoria pelo modelo do quadrado semiótico, que permite traduzir estaticamente a organização relacional do conteúdo, como explica Diana L. P. Barros (2001). No caso da fotografia em questão, os termos da categoria semântica elementar /vida/ vs. /morte/, mantêm entre si uma relação de oposição por contraste, no interior de um mesmo eixo semântico, e cada um deles projeta, em uma operação de negação, um novo termo, seu contraditório, o /ñ-vida/ e o /ñ-morte/, também ligados a um mesmo eixo de contradição.
O modo de estruturação desses microuniversos semânticos constituídos pela rede relacional abstrata, permite estabelecer, na realização discursiva, o percurso que operacionaliza tal taxionomia, tanto em seus subcomponentes morfológicos: /vida/ vs. /morte/, /ñ-vida/ vs. /ñ-morte/; como nos subcomponentes operatórios de negação e asserção.
Essa rede relacional abstrata mostra a dinâmica da estrutura elementar do conteúdo da foto de imprensa analisada - nega-se a /vida/, passando pelo termo processual de /ñ-vida/, para se afirmar a
/morte/ -, em que se pode apreender as primícias da narratividade: com o filho morto nos braços, a mãe perde como que o sentido da vida, colocando-se em uma condição de ñ-vida, diante da morte do filho.
A realização do sentido pelos valores, no entanto, não é pontual, mas se