Das capas para a vida,as representações do feminino nas revistas Nova e Estilo de Vida
Karla Alessandra Florencio Suarez
Introdução
As revistas femininas têm importante papel na construção midiática de representações da mulher. Estas publicações aliam significados míticos de feminilidade e de prazer e seus textos exemplificam um imaginário ambivalente do consumo e de usos do conceito de estilo de vida. As narrativas encontradas nessas publicações colaboram, especialmente com a publicidade, a sustentar a circulação de mercadorias e a incentivar padrões de consumo.
Consideradas guias práticos para mulheres estarem “antenadas” com as últimas tendências tanto na moda como no comportamento e nos corpos a serem “usados” na estação, as revistas femininas aproximam-se de suas leitoras usando em suas capas títulos chamativos como “receitas” infalíveis para pôr fim a problemas que comumente as próprias edições fazem vir à tona. Nova e Estilo de Vida, as revistas a serem analisadas neste artigo, acompanham este fluxo com maestria.
Quanto ao seu fazer jornalístico, as revistas femininas assumem características bastante peculiares. Diferentemente da imprensa diária, este tipo de veículo não empenha esforços para noticiar o que há de “quente” no mundo. Sua ligação com a atualidade se dá por meio da prática do jornalismo interpretativo, que “é uma expansão do fato original: contém entrevistas, antecedentes, consequências, opinião de especialistas” (BUITONI, 2009) e que, vez ou outra, se faz presente nas páginas dos periódicos femininos. No entanto, como atenta Buitoni (2009), este tipo de publicação está mais para as linhas do jornalismo de entretenimento, do opinativo e do de serviço, pois engloba desde palavras-cruzadas até roteiros de turismo e informações sobre lazer, com páginas dedicadas à opinião e ao colunismo. Outra característica bastante peculiar da imprensa feminina é a relação íntima com a leitora, para quem a revista está sempre se dirigindo e