Texto 2 Leitura E Interpretacao De Textos 1
Se houve um tempo em que era comum a existência de comunidades ágrafas, se houve um tempo em que a escrita era de difícil acesso ou uma atividade destinada a alguns poucos privilegiados, na atualidade, a escrita faz parte da nossa vida, seja porque somos constantemente solicitados a produzir textos escritos (bilhete, e-mail, lista de compras, etc), seja porque somos solicitados a ler textos escritos em diversas situações do dia-a-dia (placas, letreiros, anúncios, embalagens, etc).
Barré de Miniac (2006:38) afirma que “hoje a escrita não é mais domínio exclusivo dos escrivães e dos eruditos. [...] A prática da escrita de fato se generalizou: além dos trabalhos escolares ou eruditos, é utilizada para o trabalho, a comunicação, a gestão da vida pessoal e doméstica”
Que a escrita é onipresente em nossa vida, já o sabemos. Mas, afinal, “o que é escrever?”. Responder esta questão é uma tarefa muito difícil porque a atividade da escrita envolve aspectos de natureza variada (lingüística, cognitiva, pragmática, sócio-histórica e cultural).
Como é de nosso conhecimento, há muitos estudos sobre a escrita, sob diversas perspectiva, que nos propiciam diferentes modos de responder a questão em foco. Basta pensarmos, por exemplo, nas investigações existentes segundo as quais a escrita ao longo do tempo foi e vem se constituindo como um produto sócio-cultural, em diversos suportes e demandando diferentes modos de leitura (CHATIER, 2003); o modo pelo qual ocorre o processo de aquisição da escrita por parte da criança; o modo pelo qual a escrita é concebida como uma atividade cuja realização demanda ativação de conhecimentos e o uso de várias estratégias no curso da produção do texto.
Apesar da complexibilidade que envolve a questão, não é raro, quer em sala de aula, quer em outras situações do dia-a-dia, nos depararmos com definições de escrita, tais como: “escrita é inspiração”; “escrita é uma atividade para alguns poucos privilegiados” (aqueles que nascem com