TEXTO 06
A dinâmica da natureza e a sua organização sofrem modificações, em um grau e ritmo nunca antes observado, numa sincronia perversa, resultantes do acirramento das relações sociais de produção do modo capitalista. A compreensão da construção da dialética desse espaço geográfico e suas diferenciações escalares é papel inerente à Geografia.
A geografia: método e teorias
A Geografia se originou e se desenvolveu sistematicamente como ciência, utilizando conceitos, métodos e procedimentos tanto das ciências humanas e sociais, quanto das ciências naturais.
Inicialmente, o paradigma unificador da relação entre os aspectos físicos e sociais foi o positivismo, que durante muito tempo, principalmente na área da Geografia Física, influenciou, teórica e metodologicamente, várias gerações de geógrafos.
O positivismo, ao mesmo tempo em que influenciava a maioria dos chamados geógrafos, em especial os chamados geógrafos físicos, por outro lado influenciou os geógrafos que trabalhavam com os aspectos sociais, passando a incorporar novos paradigmas nas análises geográficas, como no caso principalmente do método dialético, gerando conflitos teóricos e metodológicos no interior da Geografia.
Todavia, a pouca ênfase dada às questões teóricas no âmbito da Geografia Física, influenciou na pouca integração com a Geografia Humana, principalmente na compreensão da organização e transformações do espaço geográfico, o que gerou uma compartimentação dos estudos da natureza, privilegiando a dicotomia físico/humano (AMORIM; NUNES, 2006). Esta fragmentação, em parte, se deve a evolução técnica e instrumental desigual entre as áreas do conhecimento geográfico, principalmente a partir das décadas de 1960 e 1970.
A unificação das ciências ocorre a partir da articulação dos conceitos fundamentais, no caso da Geografia de tempo e espaço, em que Leff (2002) afirma que esta busca deve ser iniciada no campo teórico.
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