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(MARCELO REHDER - O Estado de São Paulo - 23/01/2012)
No horizonte de dez anos, mais de 70% das grandes empresas brasileiras pretendem ser líderes em tecnologia, apesar das condições econômicas adversas que afetam o seu desempenho. Na situação atual, cerca de 40% entendem que já são líderes, por isso ainda prevalecem posicionamentos mais tímidos, como o de seguidor rápido de tecnologias de ponta ou de adaptador de tecnologias ao mercado brasileiro.
As informações são de uma pesquisa inédita do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que entrevistou os principais dirigentes de 40 grupos privados, dos quais 30 de empresas, em sua maioria de capital nacional e dez grandes empresas transnacionais que atuam no mercado brasileiro. Esses grupos respondem por 80% do esforço nacional em pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
Hoje, o número de empresas que fazem Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), no Brasil, não passa de 2,5 mil, enquanto 30 mil são inovadoras. É pouco num universo de quase 100 mil empresas industriais existentes no País. "Mas o mundo inteiro é assim", diz o coordenador da pesquisa, o reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Carlos Américo Pacheco.
Para 58% dos entrevistados, a inovação tecnológica é decisiva para sua estratégia de mercado atual, enquanto 42% consideram a tecnologia relevante. No horizonte de dez anos, o entendimento se altera de forma ainda mais explícita: 80% das empresas afirmam que a tecnologia terá papel decisivo e 20% consideram que será relevante.
"As empresas estão percebendo que se quiserem entrar no mundo vão ter de investir em inovação", diz o presidente do Iedi, Pedro Passos, sócio fundador da Natura Cosméticos. "Entender a inovação como vetor do crescimento passou a ser fonte de sobrevivência das empresas de manufatura", frisa.
Nesse cenário, os resultados da pesquisa indicam que o diagnóstico, repetido em muitos fóruns de debates, de que falta cultura