Testando o conhecimento
Monotonia nunca foi uma palavra apropriada para descrever o mercado automobilístico brasileiro - pelo menos nos últimos 20 anos. Depois de décadas de quase estagnação, com um mercado dominado pelas montadoras tradicionais, o país assistiu desde os anos 90 à chegada sucessiva de marcas francesas, japonesas e coreanas. De repente, o Brasil se transformou num dos maiores e mais concorridos mercados do mundo. E, a despeito de alguns fracassos ocorridos nos últimos anos, as montadoras continuam a olhar o país como um lugar onde ainda é possível crescer rapidamente. Era de esperar, portanto, que representantes dos fabricantes de automóveis mais agressivos da atualidade - os chineses - descobrissem o mercado brasileiro como uma maneira de acelerar seu estratégico processo de internacionalização e de consolidação de suas marcas.
E os chineses, de fato, fizeram o que lhes pareceu óbvio. Até o dia 7 de maio, cerca de 50 cegonheiras devem deixar o porto de Vitória, no Espírito Santo, com destino a 21 estados e o
Distrito Federal, abarrotadas com quase 1 500 carros da Chery, a maior montadora
Portal EXAME - O site da melhor revista de negócios do Brasil Página 1 de 5 http://portalexame.abril.com.br/v2009/areascomuns/imprimir.html 15/10/2010 independente da China. A empresa está presente no Brasil desde o ano passado e ainda é uma desconhecida para a maioria dos consumidores. Seus executivos esperam mudar esse quadro com o lançamento dos modelos Cielo e Face, com os quais pretendem conquistar 1% do mercado em um ano. Parece pouco, mas não é. Trata-se de um volume de vendas pouco inferior ao atingido pela japonesa Mitsubishi, marca presente no Brasil há quase duas décadas. "Vamos receber 1 000 unidades dos novos modelos por mês", afirma Luis Curi, diretor executivo da subsidiária brasileira da Chery. "Nossa meta é vender no total 30 000 carros por ano." Mas é a partir de setembro que a Chery deve realmente