Teses da Teologia medieval
A filosofia católica se construiu sobre dois conceitos retirados da antiguidade clássica: Potestas e Autorictas.
POTESTAS: é a ideia da existência de uma capacidade de comando, uma capacidade de impor o poder pelo fato de possuir meios para tal (poder bélico). O termo “potestas” não traduz a ideia de legitimidade do exercício do poder. É o direito de fato ao mesmo.
AUTORICTAS: termo que designa a legitimidade do exercício do poder, onde há uma justificativa para que alguém possa detê-lo e exercê-lo. No caso católico-medieval, essa justificativa é a origem divina do poder político.
Teses fundamentais do pensamento teológico medieval:
O fundamento do poder político é divino: Detentora da produção cultural no período do medievo, a igreja católica criou uma visão de mundo que justificasse a existência de um governante. Sob a mesma perspectiva, cria um modelo de Deus que toma a função da legitimação da existência de um governante que detenha a possibilidade da utilização das armas;
A comunidade política é natural(divina), hierárquica e harmônica: Na idade média, não existia a ideia de indivíduo, estando os direitos todos ligados à totalidade da ordem, a qual funciona como um organismo vivo, onde a dissociação das funções fundamentais, ou seja, a quebra da ordem natural estabelecida pelo criador, é tida como algo pecaminoso, estritamente proibido. Não havia também a noção de igualdade jurídica. Cada grupo estamental possuía um direito que lhe era próprio, de acordo com a ordem de nascimento. (e até da própria natureza orgânica diferenciada). Essa ordem é harmônica se se mantiver, pois o conflito é algo anormal, tratado como doença, que deve ser evitado. Uma boa comunidade é aquela na qual o conflito inexiste, uma vez que este representa a contradição, palavra que não existe no conceito medieval de perfeição;
A liberdade é interior: na visão medieval, o mundo é imperfeito, corrupto (nada é para sempre, tudo se