Terrorismo e religião
Letícia Caltran
Questões:
1) Quais as raízes da justificativa islâmica para a violência em “nome de Allá”. (Raízes Históricas)
Nas visões de Hassan-i Sabbâh “O terrorismo escreve um autor moderno, é mantido por uma organização estreitamente limitada e se inspira em um programa continuo, de objetivos de grande envergadura, em nome do qual o terror é aplicado”. Bernard Lewis admite que não há lugar para o sacrifício humano nem para o assassinato ritual na lei, na tradição ou na prática islâmica. É possível elucidar a questão do mártir a partir da historia e da teologia islâmicas. O mártir é aquele que segue o caminho de Deus, ele é Shahîd, isto é “testemunho”. Por isso ser morto na guerra combatendo pela religião, ou sofrer martírio, é ser chamado propriamente de testemunho da fé muçulmana. O islã não conhece o sacrifício humano. Para realizar suas ações terroristas, os integristas contemporâneos reorientaram essa noção de sacrifício e aclimataram-na ao imaginário islâmico por uma serie de manipulações. Assim, a celebração real desse símbolo (terrorismo) torna familiar ao sujeito do islã a cena do estertor que acompanha a garganta cortada.
2) Quais as interpretações que se faz ao terrorismo e as noções de mártir?
Segundo o autor uma verdadeira mitologia do martírio e do sacrifício foi construída por Hezbollah, alimentando-se do culto do martírio tal como sobrevive no meio xiita do Sul do Líbano. O mártir é aquele que segue o caminho de Deus, ele é shahîd, isto é, “testemunho”. A palavra se origina da raiz sh.h.d. que significa assistir a, estar presente a alguma coisa, dar testemunho solene, e por juramento, da verdade de uma coisa; donde: pronunciar a profissão de fé mulçumana. O exemplo do sacrifício de Abraão lembrado no Corão ilustra a interpretação que se faz ao terrorismo e as noções de mártir. Nas escrituras do Islã, é dito que o sacrifício de Abraão constitui “uma prova indubitável”. Praticar o terrorismo com fins