terras raras
Cedes – reunião de 26/03/2014
“Não dá para não nos desesperarmos. O Brasil caminha com uma perna só, num mundo cada vez mais rápido”, desabafou o deputado Colbert Martins (PMDB/BA) ontem, no Centro de Estudos e Debates Estratégicos, após a exposição do ex-secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia, Cláudio Scliar. Apresentando números, gráficos e diversos estudos, o geólogo concluiu que o Brasil, que possui uma das mais ricas províncias minerais do globo, continua sendo, no século XXI, “um país monomineralógico”. Sobrevive no setor da exploração praticamente única de um único mineral, o ferro. “Exploramos basicamente minério de ferro e 50 por cento dele para um único mercado, a China, um país que dá sinais de que vai desacelerar seu crescimento. E temos muitas e grandes jazidas de outros minerais, como de cobre, por exemplo, mas continuamos importando cobre chileno. Isto sem falar em terras raras e outros minerais estratégicos, no qual não avançamos. Temos vários problemas: as bases legais do País dificultam muito e não investimos em pesquisas, tecnologia, formação de mão de obra...” O Secretário do Ministériodas Minas e Energia, Elzevir Azevedo Guerra, concordou; “O País precisa mudar seu paradigma na área de tecnologia mineral. Não desenvolvemos tecnologia própria, importamos, tanto nos processos como em equipamentos. Perseguimos uma cadeia produtiva de terras raras, que é um passaporte para o futuro, mas não temos um centro para isto. No nosso centro de tecnologia mineral temos apenas 46 pesquisadores, 27 deles já estão em idade de se aposentar. A China, só para terras raras, tem mais de mil pesquisadores”. Ele ainda alinhavou outro dado preocupante. O Brasil, com toda a sua riqueza em ferro, produz anualmente 35 milhões de toneladas de aço, enquanto a China, grande importadora, produz 800 milhões de toneladas. A sorte do Brasil, como observou Scliar, é