Termoquimica
Fortemente influenciado por Lord Byron e Musset, Álvares de Azevedo inseriu em suas poesias elementos da linguagem desses escritores. A melancolia e a presença constante da morte eram temas perenes em suas obras. Álvares de Azevedo era de pouca vitalidade e os desconfortos das repúblicas aliados ao esforço intelectual intenso enfraqueciam sua saúde. Entre 1851 e 1852, manifestou-se a tuberculose pulmonar, agravado por uma lesão ocasionada numa queda de cavalo ocorrida no mês anterior. Sofreu uma intervenção cirúrgica que não surtiu efeito, e faleceu às 17 horas no dia 25 de Abril de 1852..
Se eu morresse amanhã foi escrita dias antes de sua morte e lida no enterro por Joaquim Manuel Macedo. Entre 1848 e 1851, publicou alguns poemas, artigos e discursos. Depois da sua morte surgiram as Poesias, cujas edições sucessivas uniram-se aos outros escritos, alguns dos quais publicados antes em separado. Vários poemas foram acrescentados depois da primeira edição (póstuma), à medida que iam sendo descobertos.
A característica intrigante de sua obra reside na articulação consciente de um projeto literário baseado na contradição, talvez a contradição que ele próprio sentisse, na condição de adolescente.
Tema: Morte
Título: Se eu morresse amanhã!
Autor: Álvares de Azevedo
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que dove n'alva
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...