termometro
Maria Aparecida Lino Pauliukonis - UFRJ
(Publicado em: VIEIRA, S.R. & BRANDÃO S.(Orgs )
Morfossintaxe e ensino de português:reflexões e propostas. R.J. Faculdade de letras, 2004:255-272)
Talvez um dos maiores desafios para o ensino de língua, enfrentados hoje pela Escola, seja articular o conhecimento gramatical, cujo conteúdo se assenta em um consenso, com a necessidade de aprimorar a capacidade de ler e produzir textos que se mostrem coerentes com a competência textual e discursiva do aluno, cada vez mais exigida pela sociedade do conhecimento. Atualmente busca-se definir qual o conteúdo e a metodologia mais adequados para o ensino da leitura/interpretação e da produção textual.
A complexidade da questão exige que analisemos alguns aspectos desenvolvidos neste capítulo: as metodologias tradicionais de ensino de texto face às recentes propostas das teorias do texto e do discurso; uma nova concepção de texto como atividade intersubjetiva e argumentativa; e o que priorizar na questão do ensino de leitura e produção de texto, visto como desvendamento e uso de operações estratégicas lingüístico - discursivas.
Não se pode esquecer também de analisar o processo de interpretação e produção textual, tendo em vista o conceito de texto como discurso, isto é, o texto considerado um evento em situação dialógica, em que se manifestam elementos lingüísticos e extralingüísticos, codificados pela gramática e realizados de acordo com um “contrato comunicativo” vigente para os diversos gêneros textuais.
TRADIÇÃO E METODOLOGIA DE ENSINO
Tradicionalmente, o ensino de texto sempre encontrou muitas dificuldades de delimitação; em primeiro lugar, porque não se apresenta um programa bem definido como existe, por exemplo, para a sintaxe, a morfologia, a fonética e a fonologia, temas da
Gramática da Frase e, em segundo, também devido ao espaço menor de tempo dedicado a ele pelos professores, sobrecarregados