termo
Eu gostava de poemas.
Poemas que se acham na calçada,
Amassados no meio da rua.
Escritos em papéis que nunca foram lidos, lindos.
Meu poema preferido era os seus olhos.
Olhos de ressaca, que lembram o mar.
Mistérios nunca descobertos, desvendados.
O mar me atraía, me puxava, me afogava.
E quando eu voltava a superfície,
Tudo o que eu mais queria
Era nadar de novo.
Fica
Levanta, sacode, segura.
Olha, foca, guarda.
Fala, grita, ouve.
Se sustenta, meu bem.
Não pensa que eu fui
Por não te amar.
Sim
As rosas desabrochavam. Rosa, tu és.
O chocolate era amargo. Bombom, tu és.
Os livros eram bons. Mistério, tu és.
Eu era feliz. Meu, tu és?
Clichês
Uma rosa vermelha,
Um café frio,
Uma noite em claro,
Eu e você.
Antes
Eu grito.
Grito porque posso, porque sei.
Grito para que você me escute
Antes que eu (des)fale(ça).
Paz
Gosto dessa coisa de
Ouvir você.
Ouço sua voz, amo sua voz.
Desculpa, não sei o que falar.
Viajo nesse seu cabelo,
Ignoro seu gênio difícil,
Beijo seus lábios,
Esqueço de mim.
Sinto sua alma, sinto muito.
Calmo
O barulho que eu ouvia em seu silêncio
Era perturbador, inquieto.
Você gritava no vazio
E os seus berros me perturbavam, inquietavam.
E eu dizia
“Cale-se”
Mas você respondia
“Só beijos podem me calar”
Desculpa
Não é reto, mas li.
Não foi certo, mas fiz.
Não é perfeito, mas sou.
Seu olhar
Quente.
Macio.
Duro.
Direto.
Me olha, mas não me vê.
Me avista, mas não me enxerga.
E me devora...
Abstinência
Esses dias que passei sóbria
Foram felizes, leves, limpos.
O total controle sobre mim, Ou a sensação do mesmo Acenderam uma luz que há Tempos não brilhava, que Eu não ouvia notícias...
Mas a chuva veio
E eu voltei a beber,
Voltei pra você.