Terceiro setor
Oficina memória viva: intervenções em diferentes espaços (auto) biográficos
Rita Duarte do Amaral Patricia Geribello Ferreira Cabral
A Oficina Memória Viva é uma iniciativa construída a partir das necessidades que o novo cenário sócio-demográfico nos impõe. Como todos os países da América Latina, o Brasil é um país que está envelhecendo rapidamente e esse fato é cada vez mais notado nas nossas relações, na mídia e na sociedade em geral, portanto iniciativas e empreendimentos focados no envelhecimento, em diferentes espaços, podem nos trazer interessantes dados para projetos futuros. Ao tratar do envelhecimento, abordamos um tema de estudo complexo, e uma preocupação recente na sociedade brasileira. Até então, o país sempre fora conhecido como jovem e somente há pouco se percebeu que essa “cara jovem” sofreu mudanças significativas. Os estudos demográficos apontam para o crescimento do segmento idoso, e esta é uma variável nova para a nossa sociedade. Berquó (1996:7) ao tratar a questão, chama à atenção para essa parcela da população: O crescimento da população idosa torna-se cada vez mais relevante porque ele já supera aquele da população total. Por meio de projeções, a autora mostra que esse aumento da população dos idosos, em relação à população total, tende a continuar crescendo. Segundo ela, nesse novo século, o Brasil deve encontrar-se com 8.7 milhões de pessoas com sessenta e cinco anos ou mais, numa relação proporcional de um idoso para vinte brasileiros com a projeção para 2020, de um idoso para treze brasileiros. Isso significa que a população idosa tende a um aumento ainda maior nos próximos 20 anos, relacionado, diretamente, com o declínio da taxa de fecundidade da população: a taxa da média de filhos das brasileiras está caindo, fenômeno que se reflete nas transformações demográficas. É importante esclarecer que para a definição de metas governamentais e de políticas públicas no Brasil, considera-se idoso aquele maior de 60 anos de idade.