Terapia Ocupacional em Psiquiatria

Terapia Ocupacional em Psiquiatria
Autora: Mara Lampert
O sujeito, quando adoece, rompe com sua situação de equilíbrio biopsicosocial e desorganiza-se na sua personalidade, no seu jeito de ser, tornando-se passivo e inseguro em relação às suas capacidades e sentimentos e, por conseqüência, seus estados de ânimo, auto-estima e auto-cuidado e sua vida de relação se encontram alterados e instáveis.

Através da experiência do trabalho com pacientes psiquiátricos e da verificação de suas patologias “aparentes”, percebemos que eles apresentam dificuldades marcantes: o isolamento, a ausência de expressão verbal, a falta de vontade, a ociosidade, às vezes a agressividade. Fecham-se no seu próprio mundo e tornam empobrecidas suas vidas social e familiar.
Nesses casos, identificamos a grande necessidade de intervenções combinadas de várias especialidades, no sentido de possibilitar novas “vias” para a recuperação da “vida”. Dentro dessa perspectiva é que se insere o trabalho do terapeuta ocupacional. Ele se apresenta como um agente facilitador do processo terapêutico, sendo as atividades, ou ocupações, a sua proposta técnica.
Através das atividades, oportunizamos momentos de descontração e criação e estimulamos a expressão dos sentimentos, a experimentação da realidade e das necessidades, a tolerência, a iniciativa, o interesse social, a troca com o outro, a integração e o apoio emocional, reduzindo, assim, os sentimentos de desorganização e confusão.
Os atendimentos são realizados em grupo ou individualmente, conforme as condições clínicas do paciente e, é claro, levando em consideração sua história individual e necessidades específicas.
Mediante o uso das atividades, sejam elas expressivas, lúdicas, artesanais, de auto-manutenção e socializantes, têm-se como objetivos: manter e estimular o interesse do paciente; trabalhar em nível simbólico sentimentos e emoções; promover a organização, a auto-estimna e o auto-cuidado do paciente; valorizar suas capacidades