Teorias RI

Realismo - Nas Relações Internacionais, o Realismo é a abordagem mais associada ao pensamento político. Todos os autores que podemos classificar sob a etiqueta de “realistas” têm em comum uma concepção da política fundada na vontade de considerar o homem e as relações sociais tal como elas são e não como eles gostariam que elas fossem. Esses autores recusam adoptar a conclusão utópica, são muito cépticos face a pretensão daqueles que eles qualificam de idealistas e não partilham as reservas dos idealistas a respeito de qualquer política de poder. Entre os autores realistas foi Morgenthau quem melhor sistematizou esta concepção e a tentou integrar, e procurou elaborar uma teoria geral de toda a política interna e internacional. Segundo ele é ao revelar a essência da política e ao extrair o conceito chave que podemos desenvolver uma tal teoria que se aplicará a toda a relação política. Para Morgenthau é o poder e a procura do poder que constitui o conceito chave de toda a teoria política. Esta procura de poder está inscrita profundamente na natureza humana onde tem a sua origem e por isso temos uma visão filosófica do homem, uma antropologia que é marcada pelo pessimismo. É com base num reconhecimento realista da natureza humana e da essência da relação política que Morgenthau pretende esclarecer a acção política. Para distinguir os limites inerentes a uma abordagem teórica geral das relações internacionais podemos realçar quatro pontos importantes: Em primeiro lugar, esta teoria só toma em consideração a noção de poder e negligencia as outras variáveis sociais; em segundo lugar, o conceito de poder está mal definido porque o poder pode ser ao mesmo tempo um fim, um meio, um motivo e uma relação; em terceiro lugar, o conceito de interesse nacional, definido em termos de poder, presta-se a discussão; em quarto lugar, a teoria realista, assenta numa visão das relações internacionais limitada à configuração destas relações com um sistema internacional