Teoria so valor-trabalho
2.2.1 Os pensadores da Escola Clássica
No último quarto do século XVIII e início do século XIX, surge um grupo de pensadores que vão dar forma e tratamento científico às ideias econômicas. Entre os principais pensadores aparecem Robert Malthus, John Stuart Mill, David Ricardo e Adam Smith. Para Hugon (1995, p.101), a “Escola Clássica propriamente dita, consiste, portanto, naquela corrente científico-econômica iniciada, em 1776, com Smith, continuada particularmente com Malthus e Ricardo e completada, em 1848, por Stuart Mill e seus Princípios de Economia Política”.
2.2.2 Teoria do valor-trabalho
Um dos pilares teóricos da Escola Clássica é a teoria do valor-trabalho. Segundo Hunt (1981, p.69), ainda que Adam Smith não tenha apresentado uma teoria do valor com a devida coerência, não se pode negar que ele apresentou as bases da teoria do valor-trabalho que posteriormente fora melhorada por Ricardo e Marx.
Na concepção de Smith (apud Feijó, 2001) o “valor de uma mercadoria é a quantidade de trabalho que a mesma permite comprar ou comandar. Assim, o trabalho é a medida real do valor de troca de todas as mercadorias”. O valor de um bem, segundo Smith, divide-se em valor de troca e valor de uso. Este está associado à ideia de utilidade e aquele corresponde ao poder de compra que o bem possui no mercado.
Conforme Feijó (2001), a visão de Smith sobre o valor se complementa com a ideia de que o valor de uma mercadoria não é regulado somente pelo trabalho, mas por três componentes: salário (w), lucro (l) e renda da terra (r). Supõe-se que o preço de uma mercadoria é determinado somente por estes três componentes numa economia capitalista, já que os juros se incluem nos lucros, ao passo que é a remuneração do capital.
De acordo com Hunt (1981, p.70), Adam Smith conseguiu ver o trabalho como determinante do valor de troca apenas nas economias pré-capitalistas, porque após a apropriação dos meios de produção pelos capitalistas e a