Teoria realista na primavera árabe
Nesse artigo pretendemos analisar, na visão neo-realista, de que forma os movimentos contestatórios iniciados na Tunísia refletiram no norte da África. Como os pressupostos, sugeridos por Waltz, podem ser aplicados a partir da mudança de regime na Tunísia: tanto o golpe de Estado no regime do presidente Mohamed Bouazizi, quanto a renúncia de Ben Ali do governo depois de 24 anos no comando.
O movimento contestatório ocorrido no estado da Tunísia em final de 2010 foi o primeiro de uma série de protestos em Estados do norte da África e do Oriente Médio. É caracterizado pela influência de uma elite intelectual que, confrontou as estruturas políticas vigentes na Tunísia, que apesar de serem fundadas sobre bases democráticas, são na realidade, autocráticas. Os protestos também culpam o Estado por descaso com a população da Tunísia - principalmente com os jovens, não lhe dando condições mínimas para sobrevivência. Ressaltando ainda que a inflação gerada pela crise econômica de 2008 agravou a situação econômica no país, aumentando consideravelmente o preço de produtos de subsistência (alimentação, vestuário, produtos variados).
O estopim para o fortalecimento da revolução foi quando o jovem tunisiano Mohamed Bouazizi ateou fogo em seu próprio corpo após ser proibido de comercializar legumes, sua única fonte de renda. Mohamed Bouazizi possuía graduação universitária e fazia parte da elite intelectual da Tunísia que iniciou uma série de protestos contra o governo autocrático de Zine el-Abidine Ben Ali, presidente da Tunísia até sua renúncia, no dia 14 de janeiro de 2011. Ben Ali subiu ao poder após destituir o presidente Habib Bourguiba, que regeu a Tunísia de 1956 (data da independência da Tunísia) até 1987 quando uma crise interna piorou os conflitos internos no país. Ben Ali era primeiro ministro do governo de Bourguiba e deu este golpe de Estado com o apoio do exercito da Tunísia.
DESENVOLVIMENTO
A independência tunisiana se deu no ano de 1956, no ano