Teoria linguística

Teoria Linguística

Não Põe Corda no meu Bloco

1.1 "Gramática tradicional: origem, características, problemas
Essa tradição começou por volta do século III a.C., na cidade de Alexandria, no Egito, na época importante centro de cultura grega. Os estudiosos da literatura clássica da Grécia estavam muito preocupados em preservar na maior “pureza” possível a língua grega, que naquela época já estava muito diferente da língua usada pelos maiores poetas do passado.
Os filólogos, resolveram descrever as regras gramaticais empregadas pelos grandes autores clássicos para que elas servissem de modelo para todos os que quisessem escrever obras literárias em grego. E assim que nasceu a gramática, palavra grega que significa exatamente
“a arte de escrever”.Segundo o linguista inglês John Lyons (1968:9), a abordagem dos fenômenos linguísticos proposta pelos gramáticos alexandrinos incorreu no que ele chama de
“dois equívocos fatais”: o primeiro, na separação rígida entre a língua escrita e língua falada; o segundo, na forma de encarar a mudança das línguas. Ao se dedicar exclusivamente à língua escrita, a GT deixou de fora toda a língua falada. Ao longo do tempo foi acontecendo um fenômeno bastante curioso. A gramática, que, por opção consciente de seus fundadores, só cuidava da língua escrita literária, começou a ser usada como um código de leis para todo e qualquer uso oral ou escrito. Transformada em instrumento de poder e dominação de uma parcela pequena da sociedade sobre todos os demais membros dela, a GT saiu “colonizando” todo o resto, criando um império de ideias,noções e preconceitos sobre o que é ou não é
“língua”, que perdura quase inalterado até hoje no senso comum. Esse tem sido o principal problema do uso da Gramática Tradicional durante os últimos vinte e três séculos:criada para servir de régua/regra para a língua escrita literária,ela passou a ser usada para medir e regular/regrar todo e qualquer uso linguístico. De tudo isso se