Teoria do funcionalismo Bronislaw Malinowsk
Bronislaw Malinowski foi um dos principais expoentes da antropologia funcionalista britânica da primeira metade do século XX. Para ele, devido à influência Wilhelm Wundt, cada sociedade deveria ser estudada como um “todo”, como um organismo possuidor de uma lógica interna e singular, subdividido através de uma complexa rede de relações entre os indivíduos. Ele também acreditava que a análise antropológica deveria se realizar de forma sincrônica, imediata e levando em conta os fatores sociais, psicológicos e biológicos dos nativos.
Para compreender a complexidade social das diferentes sociedades, de acordo com o Eriksen e Nielsen (2010), o funcionalismo de Malinowski, conhecido como biopsicológico, defende que as instituições sociais têm como função satisfazer as necessidades biológicas dos indivíduos. Ou seja, segundo a definição de Laplantine (2003), cada pessoa possui um conjunto de precisões, cabendo a cultura desenvolver diferentes maneiras de resolver essas necessidades, de forma coletiva, através das instituições.
No livro Uma Teoria Científica da Cultura, Bronislaw Malinowski (1970) afirma que a cultura representa a totalidade social, o conjunto de todas as instituições, um “ambiente artificial”, uma forma de resolver as necessidades humanas. O mesmo define função como uma ação coletiva responsável por satisfazer uma necessidade (fome, procriação, proteção etc.). Mas, para que isso ocorra, é preciso que haja cooperação, organização entre os indivíduos. A organização, por sua vez, precisa de um arranjo, de uma estrutura bem definida, a qual se chama instituição.
Para que uma instituição possa existir, um conjunto de valores tradicionais que dizem respeito a essa instituição necessita ser aceito pela coletividade, bem como é necessário que haja relação entre as pessoas e com o ambiente físico e com a cultura. O kula, por exemplo, representa uma rede de relações, baseada na tradição, que envolve a troca de