Teoria da região
REGIONALIZAÇÃO E REDE URBANA1
Michel Rochefort*
A idéia central desta palestra é discutir um pouco a relação entre Geografia e Planejamento, e, nesse campo muito discutido da regionalização, ver um pouco as distorções entre a análise geográfica dos problemas de desequilíbrios regionais e as tentativas, muitas vezes sem sucesso, do planejamento para reduzir esses desequilíbrios regionais. Redução das disparidades regionais e descentralização inter-regional das indústrias têm aqui o mesmo significado de regionalização. De um modo geral, em quase todos os países existem serviços de planejamento que são denominados de setor de regionalização. São os esforços de intervenção do poder público na organização do espaço nacional. Há 20 ou 25 anos se fala em regionalização na Argentina. Após a independência dos países da África Tropical, por volta de 1960, também se começou a falar de regionalização na Costa do Marfim e no Senegal. Há muito tempo o Brasil tem uma política de descentralização inter-regional das indústrias, apesar de os resultados não terem sido importantes. Assim, nota-se que o problema da regionalização é bastante evidente nos países em desenvolvimento, no setor de planejamento. Entretanto, a palavra regionalização é utilizada com sentido diferente segundo os serviços. Para alguns planejadores, regionalização é somente uma reorganização administrativa do espaço nacional. Quando se considera que a divisão antiga não está boa, procura-se fazer uma reorganização adminis-
trativa. Para outros, a regionalização tem um sentido mais amplo. Regionalização é um esforço para diminuir as disparidades entre as regiões e tentar reequilibrar o espaço nacional, seja do ponto de vista do fator de desenvolvimento, seja do ponto de vista ligado à distribuição da renda, etc. Essa intenção de regionalizar, no sentido de reequilibrar o espaço, é ligada ao fato de que os espaços de um país em desenvolvimento são espaços muito