Teoria da narrativa
Prof. Dr. Manoel Francisco Guaranha
Narrar é o ato de expor ou contar um acontecimento real ou imaginário.
Trata-se de uma atividade humana gregária, porque remonta às origens da vida em sociedade, é uma forma de conhecimento que procura explicar o mundo como, por exemplo, no conjunto dos mitos de determinada cultura.
Aliás, a palavra mito, que vem do grego, significa fábula, relato, história.
A literatura, como arte da palavra que é, nutre-se desses mitos e os reelabora constantemente por meio da produção de narrativas que tentam reorganizar as experiências humanas por meio da linguagem.
Embora seja importante pensar na inexistência de gêneros puros, a narrativa encontra-se associada ao gênero épico, conforme visto na unidade II, cujas espécies mais conhecidas são: o poema épico (longo poema narrativo que relata os grandes feitos de um herói ou de um povo); o conto (narrativa curta); a novela (gênero intermediário entre o conto e o romance); o romance
(modernamente concebida como composição em prosa vinculada à sociedade burguesa); a crônica (forma elástica, próxima do lírico, mas que em grande parte dos casos apresenta uma narrativa curta inspirada em fatos do cotidiano), a fábula (conto que encerra uma lição, a moral da história) entre outros.
Esse gênero é considerado mais objetivo do que o lírico pela espacialidade, temporalidade, construção de caracteres mais detalhada, apresentação das ações encadeadas e pela presença de um mediador, o narrador, que assume um ponto de vista ou perspectiva e nos conta a história,fato que propicia um maior distanciamento entre o sujeito que narra e aquilo que é narrado, isso porque o narrador conhece, domina o fato que conta, ainda que possa fingir que a ação ocorre simultaneamente ao ato de narrar.
Além disso, o gênero permite que o sujeito da enunciação (entendida como ato individual de utilização da língua pelo falante, ao produzir um enunciado, no