Teologia sistemática
Os textos Processo de sublevação da metafísica em detrimento da metáfora na comunicação dos temas da fé cristã e Ascensão, potencialização e evocação: processo de gestação da univocidade universalizante, são os dois primeiros capítulos da dissertação de mestrado do Professor Alessandro Rocha, publicados sob o título de Teologia Sistemática no horizonte pós-moderno, onde são mostrados caminhos seguidos pela filosofia grega no abandono de uma mentalidade mitológica baseada na equivocidade e na metáfora para a adoção da univocidade e da metafísica. Caminho esse que foi seguido também pela teologia.
A trajetória da filosofia começa com o gradual abandono da metáfora e com a adoção da metafísica na cultura grega. A teologia, a tentar se tornar mais compreensível para o mundo greco-romano fez esse mesmo caminho. A metafísica na filosofia inicia sua caminhada com Parmênides e se completa em Aristóteles. De maneira semelhante, a teologia trilha esse caminho desde Clemente de Alexandria indo até Tomás de Aquino. A univocidade parte de um tronco plural: o mito, que era mais importante enquanto caminho, do que enquanto meta. Era elemento gerador de equivocidade, que não produzia certezas. A filosofia que se pretende unívoca, é fruto de uma cultura que precisa ser compreendida para que a filosofia faça sentido. Para substituir o discurso equívoco pelo unívoco, a filosofia se valeu do argumento de que a unidade é essencial a toda existência; propôs a dicotomia entre existência e essência, onde a essência é o ser em si, e a existência seria uma sombra dela. O instrumento usado para essa mudança de discurso é a metafísica. É a divergência de Heráclito e Parmênides. Ambos querem um conhecimento que ordene a vida, mas Heráclito parte da existência e Parmênides parte da metafísica, isto é, da essência. É o pensamento deste último que será seguido pela filosofia clássica. Platão tenta conciliar