TEOLOGIA SISTEMATICA 1
O Conhecimento de Deus pela Razão
A Filosofia e a Teologia são ciências autônomas e distintas, mesmo quando se ocupam dos mesmos objetos, pois uma se utiliza da investigação racional e outra da revelação divina. Estas ciências não se opõem, antes se auxiliam mutuamente. A Teologia confirma e ajuda a Filosofia, com a autoridade da palavra divina, sobretudo nas questões relacionadas com a vida religiosa e moral. Por sua vez a Filosofia serve à Teologia porque prova a existência de Deus, a personalidade e o fato da revelação, esclarecendo racionalmente a fé.
Não se pode falar em conhecimento de Deus pela razão sem prestar a justa homenagem a um dos maiores teólogos de todos os tempos, Tomás de Aquino, nascido em 1226, em Nápoles, Sul da Itália, e falecido precocemente aos 49 anos de idade, no Convento Fossanova.
É considerado o maior filósofo da Escolástica medieval, isto é, movimento filosófico cujo problema básico era a busca da harmonização entre a fé e a razão.
Inserida no movimento escolástico, a Filosofia de Tomás de Aquino já nasceu com limites e objetivos preestabelecidos: não contrariar a fé. De fato, a finalidade desta filosofia era organizar um conjunto de argumentos para demonstrar e defender as revelações do Cristianismo. Assim Tomás de Aquino reviveu em grande parte a filosofia aristotélica com o objetivo de nela buscar elementos racionais que explicassem os principais aspectos da fé cristã. Enfim, usou a filosofia como um instrumento a serviço do pensamento religioso católico.
Retomando as idéias de Aristóteles sobre o ser e o saber, enfatizou a importância da realidade sensorial. No processo de conhecimento desta realidade, ressaltou uma série de princípios considerados básicos, dentre os quais destacam:
a) O princípio da contradição: o ser é ou não é. Não existe nada que possa ser e não ser ao mesmo tempo e sob o mesmo ponto de vista;
b) O princípio da substância: na existência dos seres podemos distinguir a substância, é