Tensões e distensões familiares nas patologias da aprendizagem
Quézia Bombonatto
Percebe-se, cada vez mais, as inter-relações entre os comportamentos fora do esperado na aprendizagem de crianças e jovens, com o contexto familiar e suas dinâmicas. A base do desenvolvimento e da construção da aprendizagem está tanto na relação que se estabelece com o outro, como nas capacidades e nas motivações para aprender, o que supõe uma adaptação individualizada de objetivos, conteúdos, métodos de ensino e organização que favorecem suas próprias necessidades de aprendizagem. Parte-se da compreensão de que aprendizagem é um processo que se efetua a partir de determinadas estruturas cognitivo-afetivas, as quais se modificam em contato com o meio externo provocando transformações, num constante intercâmbio entre quem aprende e o meio que está inserido. Ao falar em patologias da aprendizagem, faz-se referência às crianças e adolescentes que apresentam problemas localizados nos campos da conduta e do cognitivo.
Devido ao fato deste conceito apresentar diversos enfoques teóricos, é necessário esclarecer que aquilo que está sendo aqui considerado como patologia da aprendizagem, engloba todas as sintomatologias apresentadas como manifestações decorrentes de conceitos descritos como: dificuldades de aprendizagem, distúrbios ou transtornos de aprendizagem, necessidades educativas especiais, não adaptação às condições socioambientais, e outros correlatos. As variáveis que interferem nas patologias da aprendizagem podem ser variáveis intrapessoais (cognitivas, emocionais, modalidades de aprendizagem) e variáveis interpessoais (condições socioculturais, metodologia didática). Podem se manifestar como: dispraxias (alteração das funções motoras, dificuldade de coordenação, dificuldades viso-espaciais, disgrafia, dificuldade na conservação da quantidade, sequencialização e ordenação de fatos, inversão de números, reiterados erros de cálculo, sistema de