Temática e problemática
TRABALHO INDIVIDUAL
ANDRÉA MARTINEZ
Métodos e Técnicas de Investigação Social
Lisboa
03/11/11
Tema: Violência Doméstica
O comportamento violento tem sido, através dos tempos, associado a características socialmente construídas da masculinidade. Muitos elementos podem levar-nos a corroborar tal construção social, já que, por exemplo, os exércitos são compostos, na sua maioria, por homens. As mulheres, por contraponto, são associadas à paz, ao cuidado e à passividade. Desta forma, o comportamento agressivo acaba por ser incorporado nas relações sociais, compreendido como algo natural, inerente à masculinidade. Por outro lado, são as mulheres que ficam para cuidar dos lares, da família, da educação dos filhos, tarefas desvalorizadas e consideradas complementares às desempenhadas por homens. (ManualMulheresEViolência, p7) A construção do tipo de masculinidade também está, muitas vezes, relacionada com as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Há ainda uma grande disparidade se compararmos os salários recebidos por homens e mulheres, assim como se analisarmos as possibilidades de acesso ao trabalho ou cargos de chefia. Ora, quando o desempenho profissional e a capacidade de aquisição de bens materiais estão no centro da obtenção de respeito e de estatuto social, esta dinâmica acaba por influenciar, também, as relações no interior dos lares, na medida em que associa poder aquisitivo com outras formas de poder, promovendo hierarquização e subalternização entre o casal. Assim, conjugam-se diversas variáveis da dominação do sexo masculino, nomeadamente, o poder físico e económico, naturalizadas pelos papéis que lhe são atribuídos. Deste modo, o comportamento agressivo de alguns homens podem tomar a feição da normalidade, com o aval público para continuarem a agir de forma violenta, o que leva muitas mulheres a resignarem-se e