Tempos Modernos
Com toda esta onda de protestos dos últimos tempos, uma pergunta está
sempre latente: Onde tudo isto vai parar? Esta pergunta pode ser dividida por duas
interpretações: Quais serão os rumos das manifestações e quais serão os resultados
Os rumos são imprevisíveis, por não haver precedentes. A história brasileira é
repleta de grandes movimentos populares, de Canudos às Diretas Já, mas nenhum deles
seguiu sem uma grande liderança, talvez por nenhum contar com auxílio luxuoso da
internet. A internet também pode ser posta como mãe do lado negativo das passeatas.
Muita gente e pouca ideia. Poucos sabiam o que de fato estavam fazem ali, e uma boa
parte só foi para aparecer na foto, literalmente.
Alguns manifestantes chegaram ao cúmulo de agredir líderes sindicais e
partidários, dos quais alguns lutaram e muito para termos hoje o direito de protestar
hoje. Será que as manifestações não podem por em risco nossa democracia?
Não é possível ainda prever os rumos das novas manifestações, ou se vão
continuar, mas tendem a perder a força.
Na questão prática, os resultados, tivemos um efeito final positivo. O primeiro
foi a revogação do aumento das passagens, causa que foi o estopim de tudo. A votação
emergencial do projeto que pretende tornar a corrupção crime hediondo, e o que
prevê boa parte dos royaltes do petróleo para a educação foram também importantes
conquistas – apesar do congresso só ter feito aquilo que era obrigado e já deveria ter
feito há tempos. Uma possível reforma política e um novo plano de mobilidade urbana
são promessas ainda, mas se virarem fato, serão também um importante legado.
Mas o grande legado foi o resgate da cidadania. A juventude ter voltado às ruas,
o povo ter voltado às ruas. Voltamos a lutar por nossos direitos, e a nos fazermos ouvir.
O movimento deixou o povo acordado, e os políticos em estado de alerta.
Ainda não teremos um novo