Tempos Modernos
Reprodução em série de um interesse que não nasce na consciência daquele que produz. Por isso o trabalho é alienado, e o tempo é medido pela contagem da reprodução.
O ritmo da existência é condicionado pelo da máquina que domina. A crítica de Chaplin nos remete assim ao modelo de fabricação consolidado com a Revolução Industrial.
É possível também relacionar o tempo da produção com a alienação da consciência do trabalhador, que se vê submetido ao completo abandono de si mesmo, como mero reprodutor de um sistema de reprodução mecânico.
A transformação da natureza escraviza em vez de libertar o ser humano, posto que compreende a própria natureza sob o olhar de quem detém o controle matemático sobre o objeto. A máquina, como expressão da tecnologia aplicada no âmbito da produção, revela o encantamento do homo faber pelo domínio e, ao mesmo tempo, o mantém preso à sua própria criação.
As longas jornadas de trabalho, o enlouquecido ritmo da máquina, que enfraquece o tempo primordial da vida pelo encantamento da técnica e de seu progressivo uso na exploração do homem pela máquina...
Os passos dados desde a saída de casa até a chegada na fábrica servem para ilustrar que o condicionamento ao mecanismo de dominação sobrevive pela necessidade da sobrevivência e pelo vínculo da sedução ilusória, internalizada pelo trabalhador, em garantir alguma espécie de patrimônio particular ou familiar.
Estes são sintomas do homem que adoece modernamente e que nos podem fornecer alguns elementos capazes de oferecer um debate substancial dentro dos pilares do modo de produção capitalista, a saber: produção, distribuição e consumo de mercadorias.
O que é produzido? Como é distribuído? A que público se destina o produto final da produção em massa?
Pensar o enfoque sociológico destes novos tempos, e suas implicações