Tempos modernos

No século XVIII ocorreram vários acontecimentos marcantes na história, na filosofia, na sociologia, na biologia e em alguns outros campos. Neste século, mas precisamente no ano de 1929 aconteceu nos Estados Unidos a quebra da Bolsa de Valores, que levou grande parcela da população do país ao desemprego e à fome, foi essa a famosa crise de 29. Três anos após a crise, a produção industrial norte-americana reduziu-se pela metade acarretando assim problemas por todo mundo capitalista, contribuindo para o fortalecimento do nazifascismo europeu. Após este ocorrido surge a idéia de um dos maiores comediantes do mundo de fazer um filme crítico sobre todos os acontecimentos da época. Em 1936 Charlie Chaplin estreou o filme que ele mesmo escreveu, dirigiu e atuou em Tempos Modernos mostrando claramente a diferença das classes sociais e como era feita a divisão de trabalho na fábrica caracterizando a divisão do trabalho e a mecanização da indústria. Esse filme retrata a rotina repetitiva e exausta que os trabalhadores enfrentam nas fábricas dos Estados Unidos nos anos 30, discutindo a questão da soberania. É possível dialogar com Foucault neste ponto, quando ele fala que, na soberania clássica, o soberano tem direitos de vida e morte dos súditos. Isso em si já é um paradoxo teórico, visto que morte e vida são, a princípio, fenômenos naturais, e não se constituem originalmente em direito político. Dar este direito a um soberano é destituir o homem de algo que lhe é natural. Na prática, o paradoxo está em que, de fato, o direito do soberano é sobre o fazer morrer, sendo o direito de deixar viver conseqüência lógica do primeiro.
Isso é claro nas primeiras cenas do filme em que Carlitos, personagem criado por Chaplin, está trabalhando de forma contínua e ininterrupta diante de uma esteira, tornando-se parte integrante da máquina, tanto que ao encerrar o turno, continua com a mente voltada para os movimentos do trabalho. Assim, a soberania do trabalho dita ao