Tempos de vargas

RESENHA¹

JAMBEIRO, O. et al. Tempos de Vargas: o rádio e o controle da informação. Salvador: Ed. UFBA, 2004. 191p.

Tayná Modesto Borges²

O autor Othon Jambeiro, comunicólogo nato, jornalista, professor titular da UFBA, autor dos livros: Canção de Massa, Regulando a TV e A TV no Brasil do século XX, traz a sua visão sobre a propagação da radiodifusão no país, a realidade e impactos causados por tal fenômeno. Juntamente com um grupo de pesquisadores em sua maioria bolsistas do CNPQ, Amanda Mota (jornalista), Andréa Ribeiro (socióloga), Cassiano Simões (publicitário), Clarissa Amaral (jornalista), Eliane Costa (jornalista), Fabiano Brito (sociólogo), Sandro Ferreira (sociólogo) e Suzy dos Santos (relações públicas), essa grande equipe incorporou ao trabalho uma pesquisa minuciosa sobre a implantação da rádio no Brasil.
O livro analisa o posicionamento de Vargas diante de como se deu a construção da radiodifusão no país, os autores fazem um apanhado geral da ditadura nos países em que foi implantado esse sistema, e como esse acontecimento influenciou diretamente as rádios brasileiras. Na obra revela-se como foi iniciada a propaganda política no rádio, a mitificação de Hitler na Alemanha principalmente pelo cinema e rádio para a massificação da opinião pública, mostra aos leitores que desde 1930 a mídia sofria interferência política. Vindo de fora também, os produtos hollywoodianos caíram no gosto popular, mas a nossa cultura foi mais forte e tivemos o samba como produto nacional.
No governo Vargas as leis instituídas em relação às telecomunicações foi de “interesse nacional”, leis que perduram até hoje. No começo a idealização pelo pai do rádio no Brasil, Roquete Pinto, era a rádio educativa em que só a elite e os intelectuais estavam interessados, o lema era a educação, já o segundo capítulo nos mostra a “arma de guerra” política que o rádio virou, depois veio à sustentabilidade econômica do radio através da publicidade, logo o entretenimento que dava