TEMPO NARRATIVO: A QUESTÃO DA PORTA DO INFERNO.,
A escultura de Rodin é considerada uma ruptura aos padrões até então estabelecidos que perdurassem na escultura neoclássica. O modelo que até então era usado funcionava sobre dois pressupostos: ”o contexto através do qual o entendimento se desenvolve é o tempo; e, no caso da escultura, o contexto natural
Segundo Rosalind Krauss a carreira de Rodin é definida pelos esforços que dedicou a um único projeto: A porta do inferno, iniciada em 1880 e no qual trabalhou até sua morte. ”Uma decoração esculpida para um conjunto monumental de portas que serviriam de entrada a um museu. Foi vinculada a um esquema narrativo, tendo sido encomendada como um ciclo de ilustrações da Divina comédia, de Dante.”
A autora pontua que Rodin sucessivamente usa o mesmo corpo masculino como um artifício para retratar diferentes situações, como por exemplo, a figura do filho pródigo; quando fundida e exibida isoladamente do portal; “as costas dele estão arqueadas pelo esforço deste gesto, e a tensão ao longo da superfície de seu torso é completada pelo impulso para trás de sua cabeça e de seu pescoço”. Usa da mesma figura que quando acoplada a uma figura feminina, reorientado em relação ao corpo feminino, tornando-se assim parte de um novo grupo designado como “fugit” amor.
Fugit Amor
Bronze, 37 cm (14 5/8 polegadas), concebido em 1882-1883
No topo da porta, As três sombras, faz representação com três figuras usando novamente em suas representações a repetição da mesma figura em posições diferentes.
”As três sombras funcionam como uma paródia da tradição de agrupar figuras tríplices, típica da escultura neoclássica. “
Na porta como um todo, bem como em cada figura individual, somos detidos na superfície. A superfície do corpo, a fronteira entre o que consideremos interno, particular, e o que reconhecemos como externo e público, é a sede do significado na escultura de Rodin. As forças que dão forma à figura a partir de