Tema 1 Sociologia do Trabalho
O homem realizado, no sentido absoluto, não existe. Tanto a felicidade como a realização, consideradas absolutas, não são propriedades do ser humano. É a busca incessante da realização que permite ao homem transformar o seu meio natural, fazer história e instituir o trabalho.
Se por trabalho entendemos toda atividade do homem transformando a natureza, a relação entre trabalho e realização humana parece evidente.
Essa relação é tão antiga quanto a história da humanidade.
Mas de fato, há um conflito entre trabalho e realização. Esse deve-se ao fato de o homem ter organizado a sociedade de tal forma que, para a maioria dos indivíduos, o trabalho que fazem não são projetos seus, como também não são seus os frutos dos esforços. Nessas circunstâncias, longe de ser sinônimo de criação e de transformação o trabalho que desenvolvem torna-se opressivo e estafante.
Nas sociedades grecoromanas o trabalho era hierarquizado. O trabalho braçal era visto como degradante e destinado aos povos dominados e considerados inferiores.
Na sociedade grega, ao cidadão era proibido o trabalho braçal, já que ele deveria ter o tempo livre para se dedicar à reflexão e ao exercício da cidadania.
Em Roma, o império foi fundado na escravidão.
Trabalhar, para o cidadão romano, era negar o ócio
(negotium), negar o tempo livre e o lazer.
A Idade Média não alterou substancialmente o conceito de trabalho desenvolvido no mundo antigo.
O trabalho servia como um meio de dominação social e de condenação a qualquer rebeldia à ordem instituída. A servidão era justificada pela ordem divina.
O ócio não era sinônimo de preguiça, mas de abstenção às atividades manuais para se dedicar a funções mais nobres, como a política, a guerra, a caça, o sacerdócio, isto é, ao exercício do poder.
Na sociedade estratificada medieval, aos servos cabiam as atividades agrícolas ou artesanais, obedecendo a um ritmo de trabalho próprio da economia de subsistência e