Telmo Pais - Frei Luis de Sousa
Homem detentor de barbas e cabelo esbranquiçados, indício de que já era uma personagem de idade mais
avançada, é, no inicio da peça, o fiel servidor e amigo de D. Madalena de Vilhena e Manuel de Sousa
Coutinho. O seu carácter e personalidade são definidos ao longo do desenrolar deste drama de índole trágico. Extremamente devotado, homem crente, respeitador a Deus, extrema devoção por D. João de
Portugal, respeitado e estimado por D. Madalena de Vilhena (íntimo dela, conhecia-lhe os seus verdadeiros sentimentos), era, no entanto, o autor dos agouros e profecias que ela tanto temia, era a chama viva do passado. Como verdadeiro crente no mito sebastianista, acreditava que D. João de Portugal haveria de regressar. Põe sempre em dúvida a morte do seu velho amo, desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir.
Por Manuel de Sousa Coutinho não nutria uma verdadeira admiração apesar de lhe ser fiel, contudo ao longo da obra, verifica-se uma alteração da visão de Telmo sobre Manuel de Sousa Coutinho: no
primeiro ato, reconhecia nele algumas qualidades, mas não o admirava; depois, o incêndio no palácio (o
"generoso crime" que leva Telmo a admirar agora Manuel de Sousa Coutinho) pôs em destaque o patriotismo, a defesa da honra, a lealdade e a luta pela liberdade contra os tiranos espanhóis. Telmo
lamenta mesmo não o ter admirado sempre como ele merecia...
Telmo Pais vive, nesta peça, um dilema trágico entre a fidelidade antiga a D. João de Portugal e o amor
nascente por Maria que vem ocupar o lugar dessa velha dedicação. Tinha por Maria uma verdadeira adoração, era seu aio de criação, fiel confidente, deu-lhe carinho, proteção e estava em constante preocupação com a sua fragilidade e debilidade devido ao seu estado de saúde.
Personagem sebastianista por