Frei Luis De Sousa
A ação da obra Frei Luís de Sousa remete-nos para a época do domínio filipino.
Em 1580, Filipe II de Espanha chegou a Portugal depois do seu exército, comandado pelo duque de Alba, ter submetido os últimos focos de resistência no continente. Foram 60 anos de «união» com Espanha, um destino que talvez parecesse natural, política e economicamente, no enquadramento ibérico da época, mas que se revelou efémero e condenado ao fracasso.
É a este ambiente de revolta que se associa a crença no sebastianismo (ideia do regresso de D. Sebastião), na vinda de um salvador da pátria e que se desenvolve a ação de Frei Luís de Sousa.
Quem foi Frei Luis de Sousa?
Foi escritor, cavaleiro e sacerdote português, tendo nascido em Santarém em 1555 e falecido em Lisboa em 1632. Até professar na Ordem de S. Domingos, a 8 de Setembro de 1614, chamou-se Manuel de Sousa Coutinho.
Entre os anos de 1584 e 1586 casou com D. Madalena de Vilhena, mulher de D. João de Portugal, que tinha desaparecido em Alcácer Quibir.
Em 1600, já como capitão-mor de Almada, incendiou o seu palácio, não permitindo assim que os governadores do reino, fugindo à peste que grassava em Lisboa, nele se alojassem.
Depois da morte de sua única filha, D. Ana de Noronha, Manuel de Sousa Coutinho e sua esposa decidem abraçar a vida religiosa, em 1613, ele no Convento de São Domingos, em Benfica, e ela, no Convento do Sacramento. Um biógrafo atribuiu esta decisão à notícia de que D. João de Portugal se encontrava, afinal, vivo, tornando ilegítima a união do casal, hipótese essa que foi aproveitada por Garrett no seu célebre drama Frei Luís de Sousa.
Como era prática usual nas ordens religiosas, ambos mudaram de nome ao ingressar na vida religiosa: ele passou a ser conhecido por Frei Luís de Sousa e ela por sóror Madalena das Chagas.
Como dominicano, Frei Luís de Sousa exerceu os cargos de enfermeiro e de cronista da Ordem, tendo escrito algumas obras como: A Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires (1619),