tecnologia
A realização prática do velho sonho de construir uma máquina de calcular toma corpo em forma do moderno computador que credencia duas origens, a Tecnologia e as Matemáticas, as quais confluem em um fantástico invento no ano de 1946. (FLOYD, 2006)
Por uma parte, há o velho projeto da máquina de calcular, pensada já no século XVII por Blaise Pascal e Gottfried Leibniz, e que deve tanto a Charles Babbage no início do século XIX, projeto que é realizável no século XX de forma eficiente graças ao avanço da eletrônica: primeiro o tubo de vácuo e depois uma espetacular saga de progressos técnicos que nos levam ao semicondutor, à miniaturização e ao chip. (GUIDORIZZI, 2000)
Mas o computador não nasce como máquina de calcular passiva, senão que nasce com um programa. Esta é a herança da lógica matemática, desde Boole com sua álgebra ao programa de formalização das matemáticas de David Hilbert, que leva à prova de indecibilidade e incompletitude de Kurt Gödel em 1931 que destrói o projeto de Hilbert de uma matemática de demonstrações automáticas. Tal choque provoca o interesse de outro matemático, Alan Turing (1912-1954), que traduz o programa de formalização à linguagem das máquinas no ano de 1937, e inventa com Alonzo Church a teoria da computabilidade, anos antes do surgimento do computador. (FLOYD, 2006)
Tem-se, então um momento histórico: o esforço de guerra, o deciframento do código alemão Enigma, e entra em cena von Neumann com a idéia do programa em memória, e se constrói o ENIAC em 1946. O computador moderno surge como uma máquina de calcular eficaz com quatro características: é de utilidade geral, eletrônica, digital e programável; as duas últimas propiedades se relacionam diretamente com as matemáticas. O