A tecnologia RFID se embrenha dos carros aos supermercados e faz os objetos falarem entre si. Por: Rosa Sposito CENA 1: A cancela do pedágio se levanta automaticamente quando o carro se aproxima. O motorista não precisa parar, nem pegar um único centavo. CENA 2: O próprio pote de sorvete indica qual é a sua localização dentro do depósito. E até se a temperatura do lugar está mesmo adequada. CENA 3: O frasco de xampu, o pacote de biscoitos, a lâmina de barbear e o CD não precisam sair do carrinho de compras no supermercado. Ao chegar ao caixa, o consumidor já sabe quanto terá de pagar. Os três cenários acima fazem parte de um novo universo em que é possível trocar informações com os mais variados sistemas, sem qualquer interferência humana. Forma-se uma espécie de rede invisível, a chamada internet das coisas. A chave para isso está na tecnologia RFID (Radio Frequency Identification) e no uso de etiquetas inteligentes, as tags, que podem ter diferentes formatos ou tamanhos. Na essência, uma etiqueta é constituída de um minúsculo chip de menos de 1 X 1 milímetro de dimensão e uma antena. O chip guarda na memória a identificação do objeto e, quando estimulado, usa a antena para transmiti-la para um leitor, via ondas de rádio. De lá a informação vai para um computador, onde é processada e enviada para um sistema ao qual possa ser útil. Tudo automaticamente, sem passar por mãos humanas. Dependendo da freqüência utilizada — o que vai de 30 kHz a 2,5 GHz —, o leitor pode estar a até 50 metros de distância da etiqueta. Baixas freqüências oferecem curtas distâncias. Freqüências altas permitem alcançar distâncias mais longas. Uma das experiências que permitem dar uma noção de como a internet das coisas pode mudar a vida das pessoas — e trazer uma incrível agilidade de informações — está na pequena cidade alemã de Rheinberg, perto de Dusseldorf. Lá, os moradores que fazem suas compras no supermercado do futuro montado pelo grupo Metro — um gigante do varejo na Alemanha — usam